terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mensagens Poéticas de 09/fev/2011 - por Ademar Macedo

<<< Uma Trova Nacional >>>
Uma Coisinha de nada
sintetiza imensa dor:
a florzinha abandonada
saudosa de um beija-flor!
(Jeanette De Cnop/PR)

<<< Uma Trova Potiguar >>>
Em cada conto, que conto,
conto somente o que é meu,
e, dessa conta, eu desconto,
tudo aquilo que for seu.
(Marcos Medeiros/RN)

<<< Uma Trova Premiada >>>
2000 > Niterói/RJ
Tema > DELÍRIO > MENÇÃO HONROSA
Quando a ilusão me conclama
a esperar por quem não vem,
eu deliro... e, em minha cama,
beijo o lençol... sem ninguém...
(Pedro Melo/SP)

<<< Simplesmente Poesia >>>

INSETO

– Ferreira Gullar/MA –

Um inseto é mais complexo que um poema
Não tem autor
Move-o uma obscura energia
Um inseto é mais complexo que uma hidrelétrica

Também mais complexo
que uma hidrelétrica
é um poema
(menos complexo que um inseto)

e pode às vezes
(o poema)
com sua energia
iluminar a avenida
ou quem sabe
uma vida.

<<< Uma Trova de Ademar >>>
Um monumento de luz
fez-se em mim arquitetado
na mensagem que Jesus
disse, ao ser crucificado.
(Ademar Macedo/RN)

<<< ...E Suas Trovas Ficaram >>>
Eu serei a vida inteira
por você, o que quiser...
esposa, mãe, companheira,
ou, simplesmente, mulher!
(Maria Dolores Paixão/MG)

<<< Estrofe do Dia >>>
Uma vaca no curral
lambendo o bezerro novo,
um tejo bebendo ovo
escondido no quintal;
uma tramela de pau
é a tranca do portão,
mulher catando algodão
vaqueiro entrando no mato;
tudo isso é o retrato
das coisas do meu sertão.
(Lucas Correia/CE)

<<< Soneto do Dia >>>

FOLHA NA TEMPESTADE

– Dorothy Jansson Moretti/SP –

A tarde é fria e escura. Do céu turbulento,
a chuva, em grossos fios, cai sobre as calçadas,
e os carros, pela rua, em louco movimento,
espirram, sem consciência, as águas empoçadas.

Fugindo ao temporal, pessoas apressadas
inconscientes, também, sem parar um momento,
ignoram ao passar, entanguidas, geladas,
duas crianças sós, sem o mínimo alento.

Acaso importa a alguém que o vento instigue ou tolha,
ou leve a qualquer lado as folhas arrancadas?
A criança de rua é também uma folha

arremessada ao vento, em plena tempestade...
E há de rolar sozinha até quando a recolha
o carinho de alguém... e de um lar de verdade.

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