quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Crônica - Oswaldo Crisante

O CENTURIÃO

Como é maravilhosa a encenação da paixão de Cristo no cinema, principalmente com a inovação do ator Mel Gibson , também nos teatros, em praças públicas, em frente a igrejas, como: a do Bom Jesus de Tremembé, Santa Terezinha em Taubaté. Enfim, o nosso Brasil é riquíssimo em Vias Cruzes.Atualmente se destaca no cenário nacional, a encenação na cidade cenográfica que fica no nordeste, a Nova Jerusalém , onde artistas de renomes do cinema e televisão se apresentam nesse período encenando o teatro da Paixão de Cristo. Assiste ao monólogo em São José dos Campos, no SESC, com a poetiza Zenilda Lua, que contou em versos e prosa, rimando do início ao fim, uma história que se sucedeu numa cidadezinha do interior do estado da Paraíba, que é o estado onde ela nasceu. Coincidentemente essa semana recebi de Cris Artioli, amiga dos bons tempos de faculdade, uma história que relata episódio semelhante ao versejado Zenilda Lua, que vou resumi-la:
O fato ocorreu numa cidadezinha do interior da Paraíba, em 1989, na encenação de Paixão de Cristo. O dono de um circo, em passagem pela cidade, sabendo que o povo daquela localidade era muito religioso, resolveu encenar a Paixão de Cristo, na sexta-feira santa. O elenco foi escolhido dentre os moradores locais e, para encenar Jesus Cristo foi escolhido o homem mais bonito da cidade. Às vésperas do evento, o dono do circo ficou sabendo que “Jesus” estava tendo um caso com sua mulher. Ele ficou uma fera, mas se conteve porque não poderia estragar todo o trabalho que tivera com a peça.
De repente lhe surgiu uma idéia brilhante, e na véspera do espetáculo avisou ao elenco que iria participar fazendo o papel de Centurião. E todos ficaram admirados dizendo que ele não havia ensaiado. E ele afirmou: “ Não é preciso ensaiar, porque centurião não fala! “.
Assim, chegou o grande dia. A cidade estava em festa e todos os moradores da vila compareceram. No momento mais solene, a platéia chorosa em profundo silêncio... Jesus carregando a cruz... e o 'centurião' começa a dar-lhe chicotadas, que foram ficando gradualmente mais violentas. -Ô xente, cabra, tá machucando ! Reclamou 'Jesus', em voz baixa.- É pra dar mais veracidade à cena. Devolveu o 'centurião’.
E tome mais chicotada... lept, lept.. O chicote comendo solto no lombo do infeliz.. Até que 'Jesus' que já reclamava bastante, enfureceu-se de vez: largou a cruz no chão, puxou uma PEIXEIRA e partiu pra cima do 'centurião ‘: _ 'Vem, desgraçado! Vem cá que eu vou te ensinar a não bater num indefeso'!
O 'centurião' correndo e, 'Jesus' com a peixeira correndo atrás dele. A platéia em delírio gritando: É isso aí! Fura ele, 'Jesus'! Fura que aqui é a Paraíba, não é Jerusalém não'!!

OSWALDO CRISANTE
membro da Seção Taubate-SP-Brasil
do Movimento UNIÃO CULTURAL

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